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CASA VITAL

Purificação e Cura

   Mitra em seu ato de generosidade aos adoradores e até mesmo a seus dois irmãos, resolveu criar a Casa Vital, um santuário onde todos poderiam ser purificados e aliviados dos males do mundo. A princípio seria uma extensão graciosa do Mitreu, erguendo-se harmoniosamente ao lado do belo templo, mas não foi assim que aconteceu.

   Derketo se opôs veementemente que algo feito para todos fosse feito nos domínios da fé de Mitra, sua rigidez de proibições da união das religiões confrontava diretamente a ela, mesmo que a cura fosse o ponto forte dele. Com grande relutância e com a sagrada intenção de evitar qualquer sombra de soberba, concordou que este santuário seria distante das fronteiras das religiões, um refúgio exclusivo para os devotos, onde a cura seria o propósito central, desvinculado das divisões dogmáticas que permeavam as crenças circundantes.

   Esse era o menor dos problemas, e exclusividade deixou Mitra chateado, mas nada o deixou mais ao saber que Derketo estaria ensinando adoradores a usar as tramas da água e da floresta como forma de cura. Ele era o único a ensinar isso e isso o deixou enfurecido, exclusividade nisso era algo que ele mais presava.

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   Derketo fez isso, pois se iriam criar um estabelecimento de cura, nada mais justo que seus adoradores também conseguissem curar para ajudar o próximo, principalmente os combatentes que sempre viviam caçando e se ferindo.

  Set, embora tivesse grande domínio nas tramas da vida e do sangue, o que acarretaria uma cura até melhor que a

de Mitra, não teve tanto interesse em ensinar seus adoradores, se seus irmãos já estavam fazendo isso, não havia motivo para ele fazer também.

   Ao testemunhar Derketo compartilhando suas tramas de cura, Mitra, apesar de inicialmente constatar uma diferença percebida na magnitude, reconheceu a singularidade de seu próprio ensinamento. A luz que ele proporcionava era, aos seus olhos, a mais sublime forma de cura. Observando a intensidade das tramas de Derketo, um sutil sorriso aflorou nos lábios de Mitra, uma expressão que denotava uma tranquilidade interior.

 

   Apesar do descontentamento inicial com a atitude da irmã, Mitra, em um gesto de generosidade divina, optou por colocar os adoradores em primeiro lugar. Deixando de lado o ego, ele escolheu priorizar o bem-estar dos devotos, reconhecendo que, no final das contas, o objetivo maior era oferecer cura e amparo àqueles que buscavam auxílio.

   A Casa Vital, agora uma realidade tangível, viu a luz sob as diretrizes sábias de Derketo. Estabelecendo regras que transcendiam as barreiras religiosas e proibições, ela se tornou um santuário sagrado desprovido de distinções. Um lugar dedicado à cura, sem fronteiras ou limitações impostas pelos dogmas.

   

   Os três irmãos, em um ato de união divina, estenderam suas mãos sobre o local recém-criado pelos adoradores. Com tramas de proteção que entrelaçavam os céus e a terra, eles envolveram a Casa Vital em uma aura abençoada, fazendo dela um dos lugares mais sagrados de Tarvallon. Ali, as bênçãos de Derketo, Set e Mitra convergiam em harmonia, criando um refúgio imaculado onde a cura podia florescer sem limites impostos pelo divino e onde nada de mal chegaria aquele lugar.

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